A convidada de hoje é a Personal Organizer, Bióloga e Mestre em Sustentabilidade Priscila Randow, que falará como a técnica de mapas mentais podem ajudar a organizar o excesso de informações para conseguirmos melhores resultados em vários espectros da vida.
Você já ouviu falar em mapas mentais? Se nunca ouviu, hoje vou apresentar essa técnica que me ajuda muito na hora de organizar a mente para o excesso de informações que estamos expostos. E também garante que eu consiga ótimos resultados nos estudos.
Por ter feito o curso de Biologia, desde muito tempo estou familiarizada com mapas mentais, já que boa parte do conteúdo dos livros era organizado com imagens e palavras-chave.
Lembro de alguns professores em suas aulas mostrando essa técnica para uma melhor visualização do conteúdo. Isso fez eu incorporá-la em todo o meu processo intelectual e produtivo. Antes de escrever um conteúdo ou preparar uma palestra, sempre faço um mapa mental para me guiar.
Mas afinal, o que é mapa mental?
É uma ferramenta visual e gráfica superabrangente que pode canalizar e ajudá-lo a expressar ideias e criatividade capazes de levá-lo a melhorar sua organização mental.
“O cérebro não pensa por meio de ferramentas e listas de menu; ele pensa de maneira orgânica, como todas as manifestações naturais, como os sistemas circulatório e nervoso do corpo, ou os galhos de uma árvore e as nervuras em uma folha. É assim que o cérebro pensa. Para pensar bem, ele precisa de uma ferramenta que reflita esse fluxo orgânico natural. O mapa mental é essa ferramenta.” (Tony Buzan – professor de Criatividade e Inovação na Universidade Stenden de Ciências Aplicadas e divulgador dessa ferramenta há mais de 30 anos)
Tony Buzan observou os comportamentos de alunos e colegas de estudo que obtinham bons resultados em menos tempo utilizando estratégias de trabalho e de anotação diferenciadas. Ao analisar como faziam isso, notou que se utilizavam muito de desenhos, cores, ilustrações, símbolos e setas, além de marcarem as palavras-chave dos textos de estudo com canetas coloridas.
Ele visualizou o mapa mental como um crescimento estruturado de uma árvore e seus galhos. Do centro divergem troncos principais abrindo cada tópico do assunto principal, e de cada um deles, saem galhos menores com os detalhes explicativos.
Por isso esse tipo de ferramenta foi adotado na área biológica muito antes de outras matérias. Sua inspiração é na natureza, no funcionamento sistêmico do nosso corpo e dos vegetais. Por conseguir conectar num mesmo plano diversos conteúdos, é uma ferramenta poderosa para organizar e ser um “gancho” na recuperação do conteúdo.
Um bom Mapa Mental
Um bom mapa mental é aquele que tem cores, ramificações, imagens e palavras-chave. Isso cria um gancho na memória e você consegue relembrar todo o conteúdo, contando uma história a partir das conexões.
Você pode usar mapa mental para tudo: planejamento semanal, planejamento estratégico do seu negócio, organizar conteúdo de palestra, organização do estudo, explicação de um conceito, etc.
Como fazer passo a passo um mapa mental?
Vou descrever aqui o passo a passo como Tony Buzan descreveu em seu livro “Mapas Mentais para os Negócios”.
Livro “Mapas mentais para os negócios”.
Passo 1
Use sempre uma folha sem pauta na horizontal para ter mais espaço para fazer as ramificações. Sempre uso folha A4.
Passo 2
O mapa mental sempre começa com uma imagem no centro – essa imagem pode ser algo que represente em linhas gerais, ou com mais precisão, a ideia, conceito, pensamento, nota, tema ou assunto qualquer. O objeto da atenção é portanto definido nessa imagem central.
OBS 1: quando faço mapas mentais com temas subjetivos, coloco o tema central escrito mesmo sem imagem (mas se tiver uma imagem que represente, invista nela).
Passo 3
A partir da imagem central, crie ramificações que estejam acopladas a ela e se estendam em linhas curvas, não retas. Nessas ramificações serão colocados os principais conceitos, que devem ser rotulados com palavras ou imagens básicas. Essas ramificações de primeiro nível também são chamadas de “título dos capítulos”.
Passo 4
A partir de cada uma dessas ramificações de primeiro nível emanarão ramificações de segundo nível, que serão mais finas.
Passo 5
A partir dessas ramificações de segundo nível irradiarão ramificações de terceiro nível, assim por diante, ampliando a ideia de maneira orgânica e natural.
Para exemplificar os passos e pressupostos do mapa mental, abaixo tem o mapa do Instituto de Desenvolvimento do Potencial Humano (IDPH) que mostra bem detalhada a ferramenta.
Imagem: Exemplo de mapa mental IDPH.
Ferramenta tecnológica para confeccionar o Mapa Mental
Você pode fazer seus mapas mentais de forma manual ou usar aplicativos para isso. Hoje você encontra alguns aplicativos no celular e softwares onde você pode ter a interface no computador e celular.
Eu uso o Mindmeister. Ele é gratuito para você fazer até 3 mapas mentais ou você pode pagar um valor mensal para ter um número ilimitado de mapas mentais.
Atualmente (março/2018) está 3,29 dólares por mês o plano básico. Mas existem outros softwares e aplicativos para você testar, basta fazer uma pesquisa na loja do seu celular ou no Google. Mas lembrando que todos possuem uma restrição para a versão gratuita.
Mindmeister
Faça o seu próprio Mapa Mental
Outra observação que quero fazer é em relação a confecção dos mapas mentais. Se o seu objetivo é absorver um conteúdo para uma prova, concurso, etc, faça VOCÊ MESMO seu mapa mental, independente do recurso que utilize para confeccioná-lo.
Não compre ou pegue de outra pessoa (já vi um crescimento forte de venda de mapas mentais prontos).
Por que isso?
Porque cada pessoa estrutura o conhecimento de forma diferenciada. Sua forma de relacionar o conteúdo é diferente de outra pessoa. Se você que confecciona o mapa mental, você terá toda a construção de conceitos, ideias e conexões absorvidas na mente que serão recuperadas quando você quiser.
Se você tem um mapa mental feito por outra pessoa, você não terá certeza do que estará nas entrelinhas da conexão e como esta história será contada mentalmente. E aí o que acabará ocorrendo é que você vai decorar o mapa mental ao invés de aprender o conteúdo. E decorar vai para a memória de curto prazo. Já aprender vai para a memória de longo prazo.
Espero que eu tenha despertado o seu interesse para essa incrível ferramenta que é eficiente na aprendizagem e que contribui sensivelmente para a melhora da compreensão e da memorização, além da economia de tempo gasto no estudo.
Portanto, essa ferramenta cai perfeitamente para quem precisa estudar e não dispõe de muito tempo. Ou para quem tem dificuldade de memorização do conteúdo de forma tradicional.
Se encaixou em alguma dessas descrições? Eu me encaixo na segunda.
Grande beijo!
Priscila Randow Personal Organizer, Bióloga e Mestre em Sustentabilidade. Autora do blog Dica Organizada. Para mais informações acesse meu Instagram.Leia o artigo original aqui.